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Dracco sae da muralha

Posted by REDEECCE On sábado, 9 de janeiro de 2010 0 comentários
Hoje em seu recinto Dracco não sabia ao certo o que fazer, rolava de um lado para outro em seu feno onde dormia então decidiu sair. Sabia que as noites não eram nada agradáveis quando quebrava os murros de sua residência. Quanto aos dias, o sol e o riso misturado aos olhares era o que mais matava. Ele por uma natureza imposta amava o castelo onde morava. Os murros eram altos cobertos por ramos verdes bem verdes e ninguém podia imaginar que lá dentro morava um ser como Dracco. Dracco ficava horas no jardim dos fundos , dias trancado por vez no quarto, outro na pequena sala escura com seus pensamentos com seus livros velhos. Apenas saia para comprar alimentos. Dracco talvez tinha percebido algo especial além do ser humano, algo além da carne ou pelo contrário era confuso. Mas com toda certeza respirava um ar que era bastante rarefeito para os demais. Sabia ele algo sobre a existência humana que outros jamais pudessem imaginar. Os que superaram vivem apenas nas memórias de humanos que lêem. Mas o que fazer com tal conhecimento. Queria Dracco repartir com alguém queria Dracco talvez ter um seguidor, queria Dracco talvez ter um descendente, queria Dracco talvez suprir as necessidades da carne, queria Dracco talvez amar e poder ser admirado pela sua descoberta. Nesta noite em especial resolveu ir para floresta de aglomerado de concreto. Entrou em seu cavalo que por sinal era branco e foi. Não tinha definido um rumo certo circulava de um lado a outro. Nas ruas passava por tabernas cheias de luz e som, muitas pessoas com aquele sorriso estampado tentando amortizar a realidade pessoal. O que faria ali estava sem armadura, estava despreparado e nu para ser humano demasiado humano. Seu complexo talvez o impedisse de chegar, seria apedrejado por todos. Vejam o louco e suas idéias nada degustáveis.Mas ainda assim pensou em não voltar de mão abanando para o castelo. Passou por um lugar, dobrou ali outro. Encilhou o potro em um local que estava meia luz. Na verdade era uma luz vermelha e parecia confiante. Foi caminhando para o fundo sabia que seria o melhor local para ver tudo. E bem escuro ao ponto de não cegar. Seria o melhor ambiente do ambiente para perceber o ataque e talvez atacar. Com um copo de alguma coisa que lhe encorajasse as mãos levou então a boca. Tateou todo local com os olhos, mapeando as cinturas femininas, sua alegria e juventude, Dracco já era de idade avançada. Adorava ver esta juventude radiante. Lembrava dos momentos em que saia do castelo para comprar alimentos e na feira colhia o que de bom ar existia. Sim os dias se passaram. Mas os pensamentos de dracco agora se perderam por um instante. Vozes estridentes vinham em sua direção. Vozes que chegam perturbando pela dualidade de timbres. Um som macio como forma de clemência pedia para outra rude e desagradável parar. Em sua frente Dracco observava um homem, rapagão apertando fortemente o braço de uma linda menina. Sua rapariga por certo. Ela mesma em situação degrada aspirava sutileza. Nada fazia, apenas reluzia na meia luz vermelha e podia sentir de onde estava as flechas daqueles olhos. Olhos negros, com contornos desenhados como se pela mão de um ser superior. Quem apenas olhava, e com olhos cheios de embriagues, eram uma mulher sendo vitima de um bruto ou uma prostituta tentando lesar. Para quem além da poeira nos olhos colhia ali um homem fraco sendo estraçalhado pelas garras de uma mulher, uma grande mulher. Ora os detalhes da mente humana masculina diante de uma superioridade feminina nada tem a fazer quando acuado e humilhado senão a força. Ela sedosamente ainda falava em calma. Utilizava até palavras de amor em determinados momentos.Sem sucesso o coitado deixa a dissimulada ao chão. Sentada sobre meia perna a moça nada faz, apenas uma gota salina desse, mas do contrário se mistura a pintura deixando seu rosto mais lindo que antes o fora. Dracco é colhido por aquela sena e já não mais mapeia o ambiente, apenas fica a observar a dama ao chão. Mira suas delicadas mãos, dedos finos e longos. Sempre amou dedos finos e longos. Seus ombros elevados como se de uma imposição, mesmo ao chão jamais seria domada por bruto algum. Seus braços, como podem ser desenhados de forma tão magistral,permitindo que sobre eles aquele negro cabelo relaxasse sem mais histórias . Quanta beleza residia naquele pequeno momento de um corpo que talvez fora tocado mas ainda assim era intocável. De uma tragédia rotineira, Dracco colhia sua alma. Não podia mais tirar os olhos desta. Estava preso, alguma coisa lhe prendeu aquela pele. Seus dedos começaram a rosar a mesa como se tocando piano. Imaginava ao longe tocar a pele desta que em sua frente rezava o infortúnio. Não poderia aproximar, não poderia ir além de um simples e discreto olhar. Dracco estava plantado com seu universo inteiro abafado num silencio. Poderia pelo menos sorrir , fazer um gesto. Nada saia, Dracco apenas descobria com o passar dos segundos que isso que agora sentia era o amor. Sim , toda esta tremedeira dentro de mim, euforia, frio no estomago,minha respiração conduzida por admiração em forma de olhar, amo esta dona que em minha frente esta. Sim em um segundo descobri o que até então não via em minha muralha. Mas ela em sua rotina nada sabe, pequena menina, caída ao chão de uma taverna qualquer. Caída ali, será que Dracco a encontraria. Será que poderia pelo menos sentir seu perfume novamente. Em toda sua experiência e toda sua sapiência Dracco se viu como menino e deixou uma coisa supra passar. Mas e se ela fosse totalmente diferente quando abrisse a boca. Poderia passar a odiar. Então o que sente não é amor é simples atração. Ora dita confusão, neste passar de tempo Dracco fica confuso por um segundo , o que seria então. Amor ou atração, carência, responda mente de cicuta. Traga algo antes que seja tarde. Torne realidade toda esta curiosidade de saber se de fato o que sente é o que quer sentir. Como esta diante dela,percebe lentamente levantar seu lindos olhos negros em sua direção. Como em câmera lenta, para por uma fração nos olhos de Dracco. Penetra seu interior, La dentro. Dracco mantém a mente em branco agora. Nada faz apenas lhe mira. Nem um sorriso, nem uma traição de sentidos. Um impulso, um desejo um amor. Um destino que talvez tenha vindo para unir duas almas. Isso cristalizava dracco instantes antes. Ora seria este solitário sorteado por esta linda dama.

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